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O Programa de Pós-graduação em Artes-Uerj não suspendeu suas atividades durante a dramática situação imposta pelo desprezo do Governo do Estado do Rio de Janeiro.  Não paramos. Não por heroísmo, tampouco por omissão. Deixar de cumprir nossas atribuições seria cooperar com a intenção do governo, facilitar o desmonte.

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O desmonte é material e simbólico. As medidas de austeridade provocam o desmantelamento das universidades públicas com o objetivo evidente de promover o seu fim. Ao mesmo tempo, escancaram a desvalorização das práticas educacionais e políticas, de reconhecimento do outro e da diversidade, que constituem o ensino público (fundamental, médio e superior) e, em especial, a Uerj, Instituição de excelência desse projeto.

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Por que atacar a universidade e a pesquisa? A que projeto de país interessa a anulação destes bens? As ferramentas que possibilitam uma sociedade não subjugável estão no campo do pensamento, da ciência, da arte e da cultura. Pensar é transgredir.

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A Uerj é uma universidade marginal. Somos marginais. Somos um corpo universitário para além de números. Somos solidariedade, resistência, vestígio, passagem, vontade, ação. Estamos na paisagem visual, na paisagem afetiva da cidade. Estamos na beira e na berlinda.

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O governo encomenda nosso réquiem. Põe-se a polir com cinismo nosso caixão. E aqui estamos nós, mais vivos, mais combativos, mais mobilizados e cada dia menos doentes do mal que eles inventaram para nós. A realidade é seguramente outra. E estamos a cada dia mais sedentos por ela. Amar sem temer!

Nessa perspectiva, convidamos a todos a viver conosco este momento, a participar deste levante! Manifestação, escuta, contribuição, movimento, comoção!

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Não tem arrego, a Rua sempre cobra...

Não tem omissão,

Não tem caô.

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